quinta-feira, 1 de outubro de 2015

ADOÇANTES


As prateleiras de supermercados estão cheias de alimentos com adoçantes, que se dizem livres de calorias. Mas será que sabemos usá-lo com moderação? Afinal, quem não fica na dúvida para adoçar um cafézinho? Nem todos são iguais e nem sempre temos a informação correta sobre eles. 
''A falta de equilíbrio não é um problema apenas com o adoçante, mas com a alimentação em geral", explica Celso Cukier, nutrólogo e coordenador da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional do Hospital Israelita Albert Einstein.
Existem adoçantes naturais e artificiais. Os naturais são sempre a melhor opção. Abaixo alguns exemplos de adoçantes para facilitar sua vida na hora da compra.

Adoçantes Naturais
*Sorbitol: Extraído de algas marinhas e frutas (maçã e ameixa) não adoça quando vai ao fogo. É misturado a outros adoçantes para dar brilho e viscosidade a certas receitas Sabor levemente refrescante parecido com o açúcar porém, um pouco mais doce. Não pode ser usado por diabéticos. Ele é muito utilizado na composição de outros adoçantes naturais e artificiais, por isso vale prestar atenção aos rótulos. Apresenta ação laxativa. Usado em produtos como geleias, biscoitos, gomas de mascar, refrigerantes, balas e panetones.

*Agave Azul: extraído de uma planta de origem mexicana (a mesma da qual se produz a tequila), o agave azul adoça mais que o açúcar comum pois é rico em açúcares mais nobres, como dextrose e frutose. Embora possua baixo índice glicêmico não é indicada para diabéticos.

*Frutose: Natural das frutas e mel , não deve ir ao fogo porque derrete, porém, mantém o poder de adoçar. Carameliza junto com outros adoçantes e pode dar corpo à receita. Sabor semelhante ao açúcar porém um pouco mais doce adoçando 170 vezes maior que o açúcar. Diabéticos devem usar moderadamente pois eleva os níveis de açúcar no sangue. Além disso, pode provocar cáries.

*Esteviosídeo (stévia): Extraído da planta stevia rebaudiana, pode ir ao fogo e realça o sabor dos alimentos. Apresenta sabor residual semelhante ao do alcaçuz e adoça 300 vezes mais que o açúcar . Alguns estudos apontam benefícios desse tipo de adoçante natural, como regular a pressão arterial, os níveis de açúcar no sangue e prevenir o crescimento bacteriano nos dentes, além de ser recomendado para diabéticos. Como não existem efeitos colaterais, pode ser um adoçante da sua escolha. Só tome cuidado para não comprar a stévia associada a outro adoçante artificial, como ciclamato de sódio.

*Polióis ou açúcar alcoólico (maltitol, sorbitol, manitol, eritritol, xilitol): Muitos produtos alimentares dependem dos álcoois para dar volume e adoçar. Um benefício comprovado dos álcoois é que as bactérias comuns da boca metabolizam menos rapidamente que outros carboidratos. Como resultado, eles não contribuem para o aparecimento de cáries e podem ser usados por diabéticos moderadamente, pois não causam aumento rápido da taxa de glicose. O problema é que podem causar inchaço, gases e diarreia, pois os açúcares podem não ser absorvidos pelo intestino.
Obs: Açúcar mascavo e mel também servem como adoçantes naturais. São muito mais saudáveis se levarmos em conta o lado nutricional, porém podem provocar o mesmo aumento de glicose que o açúcar refinado causa. Porém, se usados com moderação, podem ser bons substitutos na hora de adoçar algum alimento ou bebida.

Adoçantes Artificiais
*Acessulfame-K (acessulfame potássio): Estável em altas temperaturas é muito utilizado em bebidas, chocolates, geléias, produtos lácteos, gomas de mascar e panificação. Não apresenta sabor residual e tem doçura de fácil percepção 200 vezes maior que a sacarose (açúcar). É um sal de potássio sintético produzido a partir de um ácido da família do ácido acético (vinagre). Não apresenta calorias e não é metabolizada pelo organismo, por isso é considerado um adoçante seguro para a saúde. É usado de forma variada, principalmente em confeitos, indústrias de panificação, produtos lácteos e bebidas.

*Ciclamato de sódio: Derivado do petróleo, pode ir ao fogo porque não perde o seu poder de adoçar, em alta temperatura. Possui sabor residual acredoce ou doce-azedo. Tem o poder de adoçar 40 vezes mais que o açúcar. Ele não possui calorias e pode ser usado por diabéticos, porém não é indicado para pessoas hipertensas. Vários estudos associam esse tipo de adoçante com tumores cancerígenos (a hidrólise do ciclamato, no trato digestivo, pode produzir uma substância carcinogênica), por isso é proibido em vários países como França, EUA e Japão. Utilizado em refrigerantes, mas pode ser encontrado em adoçantes de mesa, biscoitos, geleias e sorvetes.

*Sucralose: Resiste bem a altas temperaturas e é parecido com açúcar. Apesar dela ser feita a partir do açúcar, a molécula de açúcar é quimicamente modificada para fazer a Sucralose, a qual é classificada como adoçante artificial. Não deixa gosto residual e adoça 600 a 800 vezes maior que o açúcar. Não é absorvida pelo organismo. Não eleva a glicemia, podendo ser consumido por diabéticos, gestantes e hipertensos. Até o momento, não se conhecem contraindicações da sucralose, o FDA, órgão americano, aprova seu uso com base em inúmeras pesquisas que mostraram que o adoçante não apresenta efeitos tóxicos, nem efeitos carcinogênicos, reprodutivos e neurológicos. 

*Sacarina: Pode ir ao fogo porque mantém seu poder de adoçar em alta temperatura. Deixa gosto residual doce metálico e adoça cerca de 300 vezes mais que o açúcar. Não contém calorias e pode ser usada por diabéticos. Sintetizada a partir do ácido toluenossulfônico, a sacarina é derivada do petróleo. Como a molécula de sacarina é derivada da sulfa, pessoas alérgicas à substância não devem consumi-la. Estudos ligaram a sacarina ao aparecimento de tumores na bexiga, por isso seu uso foi limitado pelos órgãos competentes. Além disso, possui sódio, sendo contraindicado para hipertensos.

*Aspartame: Não pode ir ao fogo porque perde o poder de adoçar. Boa dissolução em líquidos quentes é o mais parecido com o açúcar e adoça 200 vezes mais que o açúcar. É uma molécula composta por dois aminoácidos (L-fenilalanina e L-aspártico), ligados por um éster de metila (metanol). A fenilalanina é um aminoácido essencial, sendo encontrado em muitos alimentos, principalmente no leite e seus derivados. Os indivíduos portadores de uma deficiência rara, denominada fenilcetonúria, não são capazes de metabolizar esse aminoácido, e por isso devem restringir a ingestão de alimentos e produtos que contenham fenilalanina, bem como evitar o consumo de produtos contendo aspartame. Os produtores de alimentos com esse edulcorante devem inserir no rótulo a advertência de que o produto “CONTÉM FENILALANINA”. Doenças degenerativas podem ser agravadas com o uso prolongado de aspartame, como Alzheimer, Parkinson e retardo mental. Outros problemas que podem ficar mais graves são lúpus, diabetes, fibromialgia, tumores cerebrais e esclerose múltipla. É contraindicado para gestantes, pois, o cérebro do feto, ainda em formação, consegue absorver cinco vezes mais as substâncias tóxicas do aspartame, o que pode lesionar seu sistema nervoso. 

O uso diário de adoçantes não é recomendado. Cada organismo reage de forma diferente à exposição de certas substâncias, além do nível de tolerância de cada pessoa ser diferente. Além desses edulcorantes artificiais terem substâncias sintéticas ainda não estudadas, as que já foram estudadas estão relacionadas à vários problemas, desde aumento de peso até câncer. 
Procure seu médico ou nutricionista para descobrir a melhor forma de usar adoçantes. Leia os rótulos!

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